04 de Dezembro de 2025
Dólar 5,31 | Euro 6,21
Barra do Garças, 04 de Dezembro de 2025
DÓLAR: R$ 5,31
icon-weather
«
Notícia dos Municípios

Opinião Domingo, 10 de Novembro de 2019, 23:27 - A | A

Domingo, 10 de Novembro de 2019, 23h:27 - A | A

Opinião

Câncer de mama Curando estigmas e preconceitos

Já se foi o tempo em que relacionávamos a palavra “câncer” a uma sentença de morte. Com os avanços da medicina, especialmente na área oncológica, hoje é bastante comum convivermos com pessoas curadas de câncer.

Em relação ao câncer de mama – o que mais atinge as mulheres – a campanh Outubro Rosa têm um importante efeito no sentido de alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, como também desmistificar alguns aspectos da doença.

Ainda assim, há fortes estigmas que permeiam o câncer de mama, porque ele atinge uma área do corpo da mulher repleta de símbolos. No decorrer da história, o seio foi considerado expressão de maternidade, fertilidade e até mesmo de reivindicações políticas e sociais. Na cultura moderna sua valorização está voltada para a feminilidade e o erotismo, ideia fortemente explorada pela mídia.

Por isso, é comum que o diagnóstico traga, além do medo do tratamento e dos possíveis desdobramentos, a preocupação sobre os efeitos na aparência e na feminilidade, o que pode parecer fútil para muitos. No entanto, a mulher em tratamento pode ver sua estética corporal mudar rapidamente em decorrência da perda dos cabelos, do ressecamento da pele e até mesmo da retirada da mama, quando necessária. Some-se a isto a possibilidade do aparecimento precoce da menopausa e consequente diminuição do desejo sexual. Esse conjunto de situações pode levar a mulher a sentir-se deformada e esvaziada de sua autoconfiança, passando a duvidar de que ainda possa ser fonte de atração para o homem, gerando um intenso medo de rejeição.

Mas além de uma possível crise de identidade quanto a sua feminilidade, ela também está sujeita a uma série de preocupações relacionadas aos papéis sociais estabelecidos pela cultura. Para quem se acostumou a vida toda a ser cuidadora dos irmãos pequenos, do marido, dos filhos, dos pais, dentre outros, aceitar ser cuidada pode não ser tão fácil.  Por isso, a mulher que necessita por um período depender dos outros, até mesmo para atividades antes simples, como tomar banho e vestir-se, pode ter o seu sofrimento intensificado pela culpa de não atender as necessidades dos outros e ainda pela sensação de “dar trabalho”.

Esses sentimentos, somados aos medos e ansiedades que a doença naturalmente provoca, podem ganhar contornos mais fortes e evoluir para uma depressão se ela não contar com o apoio e a sensibilidade das pessoas que a cercam. Nas palavras de uma paciente em tratamento: “não é o câncer que mata, mas a rejeição”. Por isso, especialmente na área da sexualidade, precisa haver muita compreensão e carinho por parte do marido, entendendo que, em momentos como esse, o amor sacrificial, espelhado em Jesus (Efésios 5:25-29) precisa ser praticado  em sua essência.

Aos demais familiares, cabe a reciprocidade e o exercício do cuidado como uma pequena expressão de gratidão por tudo o que já receberam daquela que gerou, cuidou, é amiga e companheira quando dela necessitam. É momento de refletir sobre a graça de poder dar, em vez de receber cuidado, e de expressar amor verdadeiro, que vai muito além das palavras.

Para a mulher que vivencia o câncer de mama é essencial saber que sua atitude diante da doença é elemento determinante para o sucesso do tratamento e para a cura. É preciso ter consciência de que todo o desgaste vivenciado, na maioria dos casos, é temporário e que será possível retomar a intimidade do casamento, suas rotinas e o controle da vida novamente. Quanto ao corpo, as consequências do tratamento diminuem com o tempo e a reconstrução pode reduzir muito as marcas físicas, possibilitando um novo modo de se ver e se aceitar.

Deixar-se cuidar sem culpa por aqueles que usufruíram de seus cuidados a vida toda também traz um precioso alívio, neste momento tão delicado. Sobretudo, é essencial exercitar a fé, olhando principalmente para os inúmeros testemunhos de cura que presenciamos todos os dias! A certeza do amor incondicional de Deus e do seu poder para curar é um bálsamo no vale da aflição.

Referências

http://www.scielo.br/pdf/pe/v13n2/a05v13n2, acesso em 24/9/2019

https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=beleza+%C3%A9+fundamental+biblioteca+virtual+de+sa%C3%Bade, acesso em  24/9/2019

https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=cancer+e+auto-estima#, acesso em 24/09/2019

Romi Campos Schneider de Aquino é psicóloga, esposa e mãe de adolescentes. Congrega na Igreja Adventista da Promessa em São José dos Pinhais (Curitiba, PR).

Comente esta notícia

(66)99629-9844

(66) 9 9999-6595

noticianoticiadosmunicipios@gmail.com

Rua Arnaldo Martins, N°109, Jardim Pitaluga, Barra do Garças / MT